25/06/2021
Na China, um dos países que mais crescem no mundo, a palavra crise é retratada por dois ideogramas: o primeiro representa perigo; o segundo, oportunidade. O setor da construção civil experiencia isso na pele. Enquanto muitas áreas da economia foram marcadas pelo pior ano de sua história, o setor da construção civil viu algo diferente. Goiânia e Aparecida de Goiânia, por exemplo, registraram um crescimento de 21,4% na venda de imóveis.
E tem mais: a expectativa é de que haja aumento de 10% neste ano. Os dados estimulam o lançamento de novos empreendimentos. O número de unidades lançadas passou de 6.306 para 7.387 no período, um aumento de 17%. É o que mostra a pesquisa da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi), realizada pela Brain Inteligência Estratégica. Mas isso não vem do nada. Muitos empresários vêm se preparando para essas entregas há anos.
É o caso da WV Maldi Engenharia e Incorporações, uma empresa familiar comandada pelos engenheiros Wanildo Lemos Maldi (59) e seus filhos Diogo (29), Carolinne (31) e Victor Lopes Maldi (33).
Já são mais de 500 unidades lançadas em pouco mais de cinco anos, e a intenção é de que essa média seja mantida no futuro próximo. Em 2020 foram lançados dois empreendimentos, o Soho Bueno, no Setor Bueno, e o Maestro Residenza, no Setor Oeste. Além disso, há um terceiro em fase de construção, o Uptown Home, localizado no Jardim Europa, que será entregue em maio deste ano e já está com 90% das unidades vendidas.
O CEO da WV Maldi, Diogo Maldi, olha além e prepara a empresa para o que está por vir. “Em 2022 terão início as obras do Soho e do Maestro, dois projetos grandes que demandam planejamento para lidar com os mais de 300 colaboradores que estarão sob nossa gestão”, pontua.
Espaço para crescer tem. Só no ano passado foram vendidos 8.238 imóveis em Goiânia e em Aparecida de Goiânia, contra 6.784 em 2019. Com resultados tão positivos em um ano atípico como foi 2020, as incorporadoras entraram em 2021 otimistas e projetam vender 10% a mais do que no ano passado.
Experiência do cliente
Para os gestores da WV Maldi, mais importante do que entregar um projeto, é como isso será feito. “Estamos cansados de ver relatos de clientes insatisfeitos, que recebem o seu apartamento e precisam fazer diversas adaptações antes de se mudarem. Isso é inaceitável”, afirma Diogo.
Segundo ele, é preciso focar na experiência dessas famílias, atender e acompanhá-las durante todo o ciclo da venda, pois o tempo entre a assinatura do contrato até a entrega da chave é de, em média, quatro anos.
A WV Maldi está ciente do desafio que é não apenas se destacar no mercado, como monitorar todas as fases necessárias para garantir a satisfação de seus clientes, mas se empenha para cumpri-lo. “Por trás da nossa marca tem profissionais preocupados com a engenharia, construção, pessoas que sabem fazer, que têm uma história. Isso não se aprende na faculdade.”
DNA na engenharia
Assim como Diogo, seus dois irmãos, Carolinne e Victor Lopes Maldi, sócios da WV Maldi, também atuam nos negócios da família. A engenheira é responsável pela área de incorporação de empreendimentos, enquanto o primogênito dirige outro braço do grupo, que opera na área de infraestrutura. Já Wanildo tem uma longa trajetória na profissão, e carrega mais de 35 anos de experiência em diversas áreas da engenharia civil, como obras comerciais, residenciais e de infraestrutura rodoviária e saneamento básico.
Carolinne até se graduou em Farmácia, mas não seguiu na área. “Eu me formei, mas não me via atuando nessa atividade. Foi quando minha mãe sugeriu que eu prestasse vestibular para engenharia. Por insistência dela me encontrei profissionalmente”, diz.
Ela relata ainda que o pai nunca forçou que ela e os irmãos o seguissem na profissão. “Por isso digo que a engenharia está em nosso DNA. Algo muito forte em minha memória é que ele nos levava, ainda crianças, para visitar as obras que executava”.
Mais de 30 anos de trajetória
O patriarca da família fundou a sua primeira empresa, em 1999, para lidar com obras públicas. Apesar dos altos e baixos e crises políticas e econômicas, Wanildo nunca cogitou deixar a engenharia. “Durante todos esses anos vi muitos colegas de profissão tomando outro rumo. É uma área trabalhosa, mas que vale muito a pena”, afirma.
Após essas três décadas no mercado, entre obras públicas e privadas, Wanildo acompanha a rotina da WV Maldi, participa de todos os processos, e se orgulha em dizer que os filhos estão preparados para o mercado atual. “Quero deixar na mão deles. Os três são pós-graduados, estudaram muito. Eu tenho a experiência, mas o meu conhecimento sobre inovações e novidades do mercado nem se compara ao deles”, diz, orgulhoso.
Veia empreendedora
Além da WV Maldi, a família trabalha ainda no ramo do agronegócio e no setor de obras de infraestrutura urbana, principalmente saneamento básico, terraplanagem, drenagem urbana e pavimentação.
Somando todo o grupo, são mais de 500 colaboradores diretos sob a administração das empresas da família. “A tendência é que este número aumente ainda mais, pois em breve terá início a execução de duas novas obras (Maestro e o Soho), além dos novos projetos que estão por vir nos próximos anos”, analisa Diogo.
A trajetória da WV Maldi, empresa da família da área de incorporação, é jovem, mas o seu legado é longo.